Waterworld é um projeto em torno à subida das águas do mar por conta das mudanças climáticas. Munir-nos da força especulativa da ficção científica para responder à pergunta “Como seria viver num mundo submerso?”, partindo de práticas e saberes vindos da relação das populações ribeirinhas com a água. Waterworld é uma ficção multidisciplinar, que envolve a criação de objetos, de textos ficcionais, peças audiovisuais e de micro-eventos com a comunidade que vão acompanhar o processo criativo, este que será condensado enquanto instalação audiovisual e numa plataforma online.

Waterworld vai concentrar-se no território da Ria Formosa, a partir dos cruzamentos particulares entre práticas humanas e seres não-humanos a que este território dá abrigo, acompanhando uma transformação já em curso.

As previsões apontam para uma subida do nível das águas do mar em 50 cm até 2100, submergindo e colocando em zona entremarés o que conhecemos hoje como Ria Formosa e as suas ilhas barreira. o projeto Waterworld parte deste dado para imaginar possibilidades de convivência com este futuro, pensando-o a partir da ficção científica, procurando a partir dela as ferramentas para transformar o presente. 

Pavel Tavares, Bruno Caracol, Joke Van den Heuvel, Rita Castro. Apoio: DGartes (2023).


Minha investigação/criação no projeto – Documentário hackeado ou ficção afogada? Molhar a memória para fertilizar as ideias.

Depois de nós, o Dilúvio:
fragmentos de um futuro submerso, narrado por vozes aquáticas e visões escuras de um arquivo danificado. Do híbrido entre analógico e digital, diluindo a inteligência artificial com sons oceânicos, utilizando recursos precários para manifestar a precariedade do porvir das alterações climáticas, emergem relatos rotos das eras de Água que envolveram/ão a Ria.